29/12/2007

Mensagem de fim de ano


O que eu fiz neste ano? Consegui cumprir o que planejei? Quais são as metas para o ano que está chegando? Essas são perguntas que gosto de me fazer quando um ano se encerra. Mas parando hoje para pensar, cheguei à conclusão de que existem ainda outras perguntas que me devo fazer.
O que eu fiz pelas pessoas ao meu redor neste ano? Será que eu poderia ter feito mais por alguém? Será que eu magoei muitas vezes? Será que fui ética em minhas atitudes? Será que consegui expressar meus sentimentos a quem amo? Será que consegui demonstrar o quanto existem pessoas importantes para mim?
Às vezes nos preocupamos tanto com nossas metas, que nos esquecemos de perguntar sobre nossas ações para com as outras pessoas. Penso que o mundo hoje está do jeito que está por causa do egocentrismo, da indiferença aos problemas do outro.
Essa é minha mensagem de final de ano a todos que passam por aqui: que o ano de 2008 seja um ano em que nos preocupemos em organizar metas para a nossa vida. Que essas metas incluam também a vontade de fazer bem ao outro, de amar, de sorrir, de se dedicar ao trabalho, ao estudo, tudo isso feito com amor. Que não sejamos modestos, mas tenhamos humildade para reconhecer nossas qualidades e defeitos. Que tentemos ao nosso modo cultivar a paz, a fraternidade, o amor.
Sobre o amor
Li num livro (O monge e o executivo) que o amor é na verdade uma atitude. Não somos obrigados a gostar de todas as pessoas, afinal nem sempre nossa personalidade combina com a outra. Mas devemos tentar agir com amor, que é tratar bem mesmo aquele que você não gosta, que não tenha afinidade. É tratar com respeito a quem quer que seja. Que 2008 seja, então, o ano de cultivar o amor.

Feliz 2008!

22/12/2007

Uma visão sobre o jornalismo

Para quem não sabe, faço jornalismo na UFPI e estou no 4º período do curso. Durante esta etapa, os alunos aprendem as rotinas da produção de um jornal impresso. É o período em que os estudantes começam a entrar em contato com a prática do jornalismo, pois os primeiros períodos estão mais ligados às questões teóricas. No 5º período terei a oportunidade de aprender sobre rádio e no 6º sobre TV. No 7º e 8º vou me preparar para a conclusão do curso.

Comecei a estagiar na área jornalística no início de outubro. Eu trabalhava em um portal de notícias de Teresina, abastecendo-o com notícias dos mais variados campos, retiradas de agências e sites nacionais. Quando algo interessante acontecia aqui, eu colhia as informações e produzia meus textos. Mas eu sentia falta de algo mais.

Na semana passada, sem que eu esperasse, recebi a proposta de ir estagiar em outro portal. Na verdade, a maior intenção desse portal é se constituir como uma TV online. Eu não sabia ao certo o que me esperava, mas decidi arriscar e fui fazer o teste.

Na sexta-feira (14) recebi a resposta de que havia sido aprovada para estagiar no TV Canal 13. Fiquei feliz, porque percebi que eles têm uma boa estrutura e uma equipe muito motivada. Fiquei feliz também porque descobri aquilo que me fazia falta antes: ir pra rua, “dar de cara” com a notícia, falar com as pessoas, entrevistá-las, tirar fotos dos acontecimentos... enfim, não nasci para ficar dentro de uma sala de frente para o computador.

Fiquei feliz também porque descobri que nesse novo trabalho terei a oportunidade de aprender o jornalismo em diversas áreas: portal (com os textos escritos), rádio e TV. Logo no domingo gravei minhas primeiras matérias de vídeo: a cobertura do primeiro dia de vestibular da UFPI, o 2º turno da eleição para o Diretório Estadual do PT e uma resposta do secretário de Saúde (Assis Carvalho) ao senador Heráclito Fortes. Outro fato que me deixa tranqüila, é o de que a empresa que faço parte não depende de órgãos públicos para sobreviver. Muitos sabem que aqui em Teresina a maioria das empresas de comunicação depende do dinheiro governo, da prefeitura, de políticos, para continuar a existir. Assim, o financeiro acaba se sobrepondo ao que é fato e muitos acontecimentos podem não ser noticiados ou distorcidos. Lá não terei esse problema.

Minha visão de jornalismo

Eu não tenho a visão romântica de que o jornalismo é capaz de mudar o mundo. Mas também acho que o jornalista não se deve vender para ele. Alertar as pessoas para a realidade, falar sobre aquilo que nem sempre é lembrado (mas que serve de exemplo para muitas pessoas), mostrar o que há de errado, o que pode melhorar, enfim, abrir a mente das pessoas: essa é minha visão do papel do jornalista. Por mais que seja difícil, esse profissional não pode desistir de fazer isso, senão perde a essência de seu papel. Afinal, a mídia, que se auto-afirma como quarto poder, só o é se o público lhe conceder tal poder. É para esse público que devemos trabalhar.

08/12/2007

Coisas de Viagem – Parte 7

“Além do congresso”

Além da participação e apresentação de trabalhos em um congresso numa das mais conceituadas universidades da Europa, viajar para Portugal significou para mim uma experiência ainda maior. Significou também entrar em contato com outra cultura, outro modo de vida, outra maneira de se ler o mundo. Foi por isso que eu, Aline e Felipe tentamos aproveitar ao máximo cada minuto daqueles dias.

Foi marcada uma festa para depois do último dia do congresso. Algo fora da programação do evento, uma iniciativa dos próprios congressistas. O pessoal marcou de se encontrar num pub chamado de “A Velha Branca”. Antes de irmos pra lá, saímos para comer pizza com Manuel, Hélder e um rapaz chamado Gabriel. Este último era um brasileiro aspirante de europeu. Falava como português, gabava-se de estudar na Europa, enfim, era um chato. Simplesmente, não suporto gente besta e convencida. Ser brasileiro é legal. Morar em Portugal não quer dizer que você tem que deixar de ser brasileiro, querer deixar de lado suas origens. Assim como os brasileiros, portugueses também têm defeitos. Enfim, vamos falar de coisas importantes.

Chagando na “Velha Branca”, ficamos numa rodinha de brasileiros muito animados, que faziam questão de cantar alto músicas do Brasil. Todo mundo ficava olhando, mas... tudo bem... De lá, fomos, junto com o restante do pessoal para a festa que aconteceu num lugar chamado “Insólito” que, por sinal, era mesmo insólito. Dançamos, nos divertimos até de madrugada. Eu voltei para a pousada junto com Aline, Hélder e Manuel. Felipe ficou mais um pouquinho curtindo a festa.

Este foi um dos últimos momentos que passamos em Braga. A nossa próxima “paragem”, ou melhor, parada, foi em Lisboa. O que aconteceu lá, eu conto no próximo sábado, em Coisas de Viagem – Parte 8.

P.S.: Tem muita coisa pra contar. Alguns fatos não relato aqui porque dessa forma eu não saberia em quantas partes eu conseguiria falar de tudo... Estou tentando ressaltar aquilo que aconteceu de mais interessante, dentre tantas coisas interessantes que vivemos, como nossa ida à praia de Espinho, as nossas viagens de comboio (trem), as contas diárias que eu fazia (segundo os meninos eu posso ser vítima de TOC – todo dia eu fazia as contas à noite rsrsrs)... enfim, muita história pra contar...

07/12/2007

Um talento escondido


Veja a história desse artista num trecho publicado em matéria do portal Medplan, em 18/06/2007, escrita por Clarissa Poty:

"Se não tivesse conseguido um emprego na Med Imagem, a essas horas João Medino da Silva estaria morando no Pará. “Não arrumava trabalho já há cinco meses e meu sogro me ofereceu uma oportunidade em Bel Figueiredo, cidadezinha do Pará. Só que eu não queria ir embora daqui”, conta o hoje auxiliar de serviços gerais, que é teresinense de nascimento, mas vive com a esposa e os dois filhos na vizinha cidade de Timon. João Medino dependia de uma resposta da Med Imagem para definir seu futuro. “Era o emprego aqui ou a vida no Norte”, lembra. Para sua alegria, a resposta da empresa foi favorável. No dia 18 de maio de 2005, ele começou a trabalhar nas dependências da Med Imagem.

Uma figura surpreendente, com um talento só recentemente revelado. Hoje em dia, além do trabalho contínuo, limpando, varrendo e cuidando para manter as instalações da Med Imagem sempre impecáveis, o funcionário também colabora om os portais do Grupo Med Imagem na internet. Ele é responsável por abastecer uma seção inteira dos sites com desenhos e cartuns de sua autoria. Pois sim! Medino é um artista de traço cheio, que já recebeu premiações em diversos salões e concursos. Mas essa sua outra vertente só foi descoberta há pouco tempo. Para entender melhor a história desse funcionário apaixonado por estórias e desenhos, nós entrevistamos João Medino para o quadro Escola de Vida deste mês.

Nestes seus 37 anos de vida Medino já fez muita coisa. “Já fui despachante de empresa de ônibus, digitador, auxiliar administrativo, dono do próprio negócio, auxiliar de serviços gerais”, enumera. Em meio a tantas mudanças e ocupações, uma atividade sempre permaneceu: o desenho. Tanto que mesmo agora, na Med Imagem, ele não abandona sua arte.

Medino conta que começou a gostar de quadrinhos ainda criança. “Aprendi a ler tarde, só com 10 anos. Mas já nessa época, comecei a me interessar por quadrinhos americanos, como Homem Aranha, Capitão América, Hulk”, destaca. Daí para começar a criar suas próprias estórias, foi um pulo. Apesar de que, no início, Medino só escrevia os textos, os desenhos eram de autoria de um amigo. “Eu não gostava dos meus desenhos. Não levava jeito para o desenho anatômico, certinho”, revela. Foi a descoberta do famoso chargista Angeli que mostrou para Medino que ele poderia, sim, desenhar. “Folheando uma revista, conheci a produção do Angeli e percebi que você não precisa saber desenhar formalmente. Um traço mais leve, solto, mas com uma idéia boa, já é o bastante”, ensina. O encontro com o trabalho de Angeli aconteceu em 1986, e assim, aos poucos o artista foi se formando.

Depois que percebeu que poderia desenhar, Medino não parou mais. Passou dos quadrinhos para os cartuns e, em seguida, para outras experimentações. Hoje em dia, ele se arrisca até nas artes plásticas. “Eu costumo dizer que, na verdade, brinco de fazer arte plástica”, comenta. O artista firmou parcerias, uma delas com o amigo chargista Jota A. Juntos, eles ganharam o segundo lugar na Categoria Tiras do importante Salão de Humor de Piracicaba, em 2003. “Eu fiz os textos, o Jota A desenhou as tiras e saímos com essa ótima colocação”, explica.Medino, Med Imagem e os cartuns

Quando não está com lápis e tintas nas mãos, Medino trabalha como serviços gerais nas dependências da Med Imagem. Quem transita pelo térreo da clínica, já deve ter visto o funcionário em ação, movimentando-se com agilidade pelas

recepções, limpando, varrendo, enxaguando. “O movimento aqui é intenso e o trabalho precisa ser contínuo para garantir um bom ambiente para os clientes”, destaca. Mas ele garante que seu trabalho vai muito além de limpar e cuidar das instalações da empresa. “Nós estamos lidando com pessoas que têm problemas de saúde. Por isso precisamos estar sempre prontos para ajudar, tratar todos com extremo respeito, repassar as informações corretas. Isso tudo é muito importante”, ressalta o funcionário.

Medino faz questão de demonstrar que tem orgulho de sua função e da empresa em que trabalha. “Gosto de fazer parte da família Med Imagem. É uma empresa que tem um lado humano muito forte e que aposta nos seus funcionários”, destaca.

Só recentemente, a direção da Med Imagem conheceu o trabalho artístico que Medino desenvolve fora da clínica. Não demorou para que o funcionário tivesse mais um espaço para mostrar seu talento. Durante um mês, o Portal Med Imagem expôs algumas obras do artista. Depois, os sites do Grupo Med Imagem estrearam a seção “Rir é o Remédio”, toda abastecida por cartuns do funcionário. Para facilitar a exposição das obras de Medino nos sites e estimular a produção do artista, a direção da Med Imagem cedeu um computador para o funcionário. “Fiquei muito surpreso e feliz. Acho que foi o melhor presente que eu já ganhei na vida”, conta.

O funcionário artista não nos deixa encerrar a entrevista sem mencionar os filhos Amanda Raquel e Guilherme, e a mulher, Socorro. “Tudo que eu faço na vida, meu trabalho, tudo é por causa da minha família”, disse."


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01/12/2007

Coisas de Viagem – Parte 6

“O Congresso”

Vamos agora àquilo que nos motivou a ir para Portugal: o 5º Congresso da Associação Portuguesa de Comunicação – SOPCOM, que ocorreu de 6 a 8 de setembro. O tema era “Comunicação e Cidadania”.
Saímos da pousada um pouco atrasados e, por isso, perdemos o ônibus que a organização do SOPCOM havia reservado para levar os congressistas à Universidade do Minho. Fomos então, com Dalmon Silva – um professor doutor da Universidade Metodista, também brasileiro e que estava hospedado na Pousada da Juventude – pegar um táxi.
A apresentação dos meus dois trabalhos com a Michelly e do trabalho do Felipe e da Aline só estavam marcadas para o dia 7. Fomos então ao primeiro dia para receber os materiais e para assistir algumas palestras que seriam proferidas.
Assim que encontramos o local onde estavam sendo distribuídos os materiais vimos Daniela Bertocchi, integrante da Comissão Organizadora. Conheci Daniela antes de ir a Portugal, através de e-mail e MSN. Foi ela quem nos deu algumas dicas sobre quanto gastaríamos com alimentação, transporte, sobre o clima e outras informações necessárias para quem vai a tão longe e não conhece o lugar. Ela é brasileira e foi a Portugal, como vários outros brasileiros que lá conhecemos, para estudar, em seu caso específico para fazer mestrado.
Logo na hora de recebermos o material, Daniela avisou-me que queria falar comigo. Era sobre a apresentação dos meus trabalhos com a Michelly. Daniela informou-me que um dos meus trabalhos seria logo apresentado naquele dia, para meu susto! Para mim, meus dois trabalhos seriam apresentados só no dia 7...
Ainda bem que eu tinha levado no meu mp3 os arquivos com as duas apresentações. O problema é que eu não tinha levado o cabo USB... a luta agora era para arranjar um cabo USB que desse certo... Os portugueses responsáveis pela parte de informática começaram então a procurar isso para mim. Depois de muita busca, conseguiram o cabo USB e à tarde apresentei meu trabalho. rsrsr
Na sessão temática de Semiótica e Texto, na qual apresentei o primeiro trabalho, vimos diversas outras apresentações, algumas, inclusive, de brasileiros residentes na Europa. Um deles, que nos chamou bastante atenção: “Discriminação e Jornalismo impresso local: análise crítica do discurso do caso bracarense (Portugal) e trentino (Itália)”, de Maíra Ribeiro, brasileira e mestranda na Universidade do Minho. Como o título já diz, seu trabalho consistia numa análise do discurso de jornais das cidades de Braga (Portugal) e Trento (Itália). Apesar de serem de países diferentes, as publicações das duas cidades pequenas eram semelhantes e, por isso, era possível fazer uma comparação. Segundo Maísa, o discurso desses impressos eram permeados de preconceito contra estrangeiros, o que pode ser percebido através dos exemplos a nós mostrados em sua apresentação.
Na mesma sessão, vimos também dois trabalhos de duas assumidas feministas. Um deles com o título “Fazer-se empresária quando se diz mulher: ambigüidades nos discursos genderizados de um grupo de empresárias sobre sua actividade profissional”, de Emília Fernandes, e o outro era “ ‘Foi muito bonito... foi uma descoberta mesmo passo a passo’. Construções Discursivas da Primeira Vez”, de Cecília Costa e Conceição Nogueira, todas da Universidade do Minho. conhecermos pessoas que também trabalhavam com análise de discursos e trocamos e-mail.
No segundo dia, sem surpresas agora, apresentei meu segundo trabalho e os meninos apresentaram o deles. Tudo correu bem. Achamos o nível das outras apresentações bem elevado, mas não ficamos atrás... As pessoas se interessavam pela nossa apresentação, perguntavam... Foi muito bom. Além disso, foi possível conhecermos pessoas que também trabalhavam com análise de discursos e trocamos e-mail.


Essa experiência foi muito boa. Conhecer outra cultura, como outras pessoas aplicam os conceitos que estudamos aqui... Além disso, voltamos ao Brasil com a idéia de, quem sabe, fazermos doutorado lá... Nosso mestrado seria em Salvador e o doutorado em Portugal... Já pensou? rsrsrs (quem sabe...)



Agora, um recado para estudantes de jornalismo que querem ir a Portugal no próximo ano:

A Universidade Fernando Pessoa, que fica na cidade do Porto, está com inscrições abertas para as III Jornadas Internacionais de Jornalismo. Quem tiver interesse, o endereço para mais informações é http://www.ufp.pt/events.php?intId=10046

Na próxima semana, vou tentar fechar essas “Coisas de Viagem”. Não sei se vou conseguir, porque é muita coisa para contar... Até próximo sábado então!