29/08/2008

Trabalho piauiense vence 1ª etapa do concurso de vídeos do canal Futura

A estudante Patrícia Klein, que reside em Teresina, está entre os três ganhadores da primeira fase do concurso de vídeos do projeto De Olho no Clima, uma promoção da British Council, que tem como objetivo aumentar o conhecimento e ações sobre o tema mudança climática no Brasil.

O vídeo produzido pela estudante de publicidade piauiense concorreu com mais 31 trabalhos de todo o país. Ela contou que fez o vídeo de um minuto com máquina fotográfica digital. “Essa foi minha primeira experiência com vídeos, fiz a edição com programa simples e abordei como as pessoas podem ser multiplicadoras em relação à preservação ambiental, de como as elas podem fazer a diferença”.


Como premiação, ela participará de uma oficina de vídeos no Canal Futura de 8 a 12 de setembro, no Rio de Janeiro. “Aí é que começa a segunda etapa do concurso, pois terei mais conhecimentos para fazer um segundo vídeo sobre a mesma temática e que será exibido no canal Futura”.

“Esse novo vídeo terá de 3 a 5 minutos e irá para votação na Internet com os outros dois dos demais finalistas da 1ª etapa. O autor do mais votado ganhará viagem de uma semana de intercâmbio em Londres, por isso peço que os piauienses me ajudem”, diz.

Fonte: Adriana Cláutenes Lemos/Acessepiauí

16/08/2008

Teresina faz 156 anos

Teresina, capital do Piauí, completa hoje 156 anos de fundação. Conhecida como "Cidade Verde", uma designação dada pelo poeta maranhense Coelho Neto, Teresina apresenta hoje as conseqüências das transformações que sofreu com o passar desses anos.

No rio Parnaíba, que inclusive influenciou para que a cidade se tornasse a capital, vê-se mais bancos de areia do que água. As praças, algumas reformadas, exibem pouco das marcas históricas da época de sua construção.

A avenida Frei Serafim, que nos anos 30 começa a ser urbanizada para ser o cartão postal da cidade, é hoje um dos maiores gargalos do trânsito da cidade. No centro histórico, são poucos os prédios antigos que ainda não foram demolidos para dar lugar a estacionamentos.

Que essa data sirva para que possamos refletir mais sobre a preservação da memória, identidade e marcas da nossa cidade.

Para quem tem curiosidade, exponho aqui algumas fotos antigas que consegui no acervo da Casa da Cultura.

A juventude encontrava-se na Praça Pedro II, onde moças e rapazes davam voltas em sentidos contrários, trocando olhares e galanteios.
Acervo: Genu Moraes

A partir da década de 1940, Teresina se transformaria num importante entroncamento rodoviário, o que favoreceria o desenvlvimento de sua economia. Aparecem as primeiras linhas regulares para trasnporte de passageiros e cargas entre Teresina e as principais cidades do interior.
Acervo: Memorial do Transporte do Piauí (SENAT-PI)

A primeira emissora de rádio da cidade foi inaugurada no dia 18 de julho de 1948. A Rádio Difusora de Teresina apresentava noticiários, crônicas, programas sociais, jornadas esportivas e famosas novelas, com a participação de pessoas de destaque da sociedade teresinense.
Acervo: José Lopes dos Santos

Avenida Antonino Freire, em 1942. Flagrante da passagem de um dirigível Zepelim, usado no patrulhamento da costa brasileira na Segunda guerra Mundial.
Foto: Guilherme Müller
Acervo: Aureliano Müller



Com a abertura da Avenida Frei Serafim, a cidade ganhou uma porta de entrada voltada para as rodovias que interligariam as capitais do Nordeste a partir da década de 50. Largo e arborizado, o novo boulevard tornou-se o endereço da elite teresinense, que ali construiria seus palacetes. Proporcionou, ainda, a integração da zona Leste ao perímetro urbano da capital.
Acervo:Iratan Araújo

09/08/2008

27 horas e meia numa fila

Foto: Jornal O Dia


Depois de uma saga que durou aproximadamente 27 horas e meia numa fila com mais de 500 pessoas, eu consegui uma vaga no curso de extensão em Língua Inglesa da UFPI...

Graças a meu pai, fui a terceira nessa fila que se estendeu da sala 345 do CCHL da UFPI (uma das últimas desse centro) até o engate com o CCE (quem conhece sabe da distância de estou falando! Quem não conhece, digo que é uma distância considerável...). Eram mais de 500 pessoas que aguardavam uma senha para se inscrever no Curso de Extensão Continuada em Língua Inglesa da Universidade Federal do Piauí, que oferecia 345 vagas para o primeiro módulo.

A distribuição das fichas de inscrição estavam agendadas para a sexta-feira (8), a partir de 8h30, mas meu pai chegou às 6h da quinta-feira (7) para guardar meu lugar na fila. Eu disse: “papai, isso é loucura!”. Mal sabia eu que lá já duas pessoas guardavam a vez...

Só pude chegar à UFPI às 15h30. Fiquei desse horário até quando começaram a distribuir as senhas, ou seja, até as 8h30 do dia 8. Foram 17h que fiquei em espera, que somadas às dez horas e meia que meu pai ficou, resultam em 27 horas e meia. Um tanto desumano... Confesso que não foi fácil dormir (não dormir) numa daquelas carteiras em que a gente assiste aula. Mas que eu podia fazer se só daquela forma eu poderia conseguir uma vaga?

A cada semestre, as pessoas chegam mais cedo para garantir sua entrada no curso. O que atrai? A qualidade e o preço acessível. Espero, sinceramente, que a UFPI tome uma medida para que no próximo semestre isso não se repita... Isso é vergonhoso para a instituição... E um desrespeito para a comunidade...

01/08/2008

Memória de Teresina é destruída aos poucos

Da última vez que fui à cidade de Parnaíba, fiquei encantada quando pude conhecer, no Porto das Barcas, ainda que muito rapidamente, um pouco das construções antigas da cidade. Da mesma forma aconteceu quando fui a Salvador, na Bahia, com o seu Pelourinho, e em Natal, no Rio Grande do Norte, com prédios como o que serviu de residência para Câmara Cascudo, estudioso da cultura brasileira.

Em Parnaíba há mais prédios históricos

Infelizmente, em Teresina, não tenho essa mesma satisfação. Locais isolados ainda guardam um pouco da história da cidade, mas nada que atraia a atenção, tanto de quem na cidade reside, como de quem vem visitá-la. É uma pena.

É para Parnaíba que a professora de História da Arquitetura do Brasil, Kaki Afonso, leva seus alunos quando quer mostrar algo para eles. “Quando eu quero mostrar ao pessoal, temos que ir para Parnaíba, porque em Teresina não tem mais nada. Você tem uma coisa ou outra solta [em Teresina], mas não tem um conjunto. É uma pena que isso esteja acontecendo”, lamentou ela, em entrevista que fiz para o Acessepiauí.

Na capital piauiense há uma lei que versa sobre a proteção do Patrimônio Cultural do Município, a de número 1.942, de 16 de agosto de 1988. No entanto, não existe um órgão que fiscalize a aplicação da mesma, o que tem permitido que, com o transcorrer dos anos, a memória da cidade seja apagada.

Casas de personalidades importantes da nossa história foram demolidas para dar lugar, na maioria das vezes, a estacionamentos. Foi o que aconteceu com a residência de Antonino Freire, que ficava em frente ao Palácio de Karnak, e com uma casa da época da fundação de Teresina, localizada na rua Lizandro Nogueira, próximo ao Mercado Central. Isso acontece porque, para a maioria daqueles que administram a cidade, o capital fala mais alto.


Casa que era do ex-governador Pedro Freitas, na avenida Frei Serafim,
foi demolida para a construção do hotel Metropolitan


O presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, José Reis, garantiu que no início de 2009 esse Departamento de Defesa do Patrimônio, será instalado. Tudo bem. Mas por que isso não foi feito antes?


Em frente ao Palácio de Karnak havia a residência de Antonino Freire, que foi
destruída. No local existe hoje um estacionamento


Ele me explicou que até o ano de 1997, era a Secretaria de Habitação do Município que fiscaliza a aplicação da Lei nº 1.942. Mas o órgão foi extinto e a responsabilidade não foi passada a nenhum outro. Por que só agora, mais de 10 anos depois, vai se instalar esse departamento?

Desejo, sinceramente, que esse departamento consiga preservar o pouco que ainda resta desses locais na cidade. E, que até lá, o que sobrou não seja também destruído.

*A foto de Parnaíba é minha e as outras foram copiadas do Acessepiauí.