30/12/2011

A vitória de cada um


Há dias estou com algumas ideias na cabeça para este post, mas só hoje decidi colocar no papel, ou melhor, na tela do computador. Relembrando e avaliando fatos que me aconteceram e que observei ao meu redor neste ano, pensei que seria interessante refletir um pouco sobre o significado da palavra “vitória”.

Começo pelo que há no dicionário:

1 Ação ou efeito de vencer o inimigo em batalha; triunfo. 2 Esp Vantagem definitiva que, numa competição, uma pessoa ou equipe alcança sobre outra pessoa ou equipe. 3 Bom resultado de um negócio ou empresa. 4 Resultado feliz, obtido a preço de certos esforços. 5 Moeda inglesa. 6 Espécie de carruagem de quatro rodas e descoberta. interj Exclamação de triunfo.

A ideia que mais se aproxima do que penso está no quarto item, o que fala de “resultado feliz”. Mas, ainda assim, não explica o que eu quero dizer.

Penso que “vitória” tem um significado ou sentido bem particular para cada pessoa. Para mim, por exemplo, é, entre outras coisas, chegar ao final de uma semana ou ao final do ano e ter cumprido cada uma das metas que estabeleci – ou pelo menos boa parte. Quem me conhece bem sabe que eu faço bom uso das minhas agendas, detalhando minuciosamente as atividades diárias. Sabe também que ao início de cada ano faço uma lista com metas anuais e colo na parede do meu quarto – uma das coisas que aprendi com minha amiga Michelly.

Chegando ao final de 2011, vejo que fui vitoriosa: consegui cumprir com todas as metas que havia estabelecido para o ano, entre as quais, fazer curso de inglês, de alemão, tirar a carteira de motorista, trabalhar, concluir meu curso de Jornalismo e conseguir um jeito de voltar para a Europa em 2012, para estudar lá. Essas “vitórias” minimizaram alguns momentos infelizes que tive este ano, mas que, inclusive, contribuíram para meu crescimento pessoal.

Mas, como falei, essa “vitória” pode significar algo diferente para cada pessoa, pois cada um tem as suas prioridades. Um pai e uma mãe, por exemplo, priorizam alimentar seus filhos – pelo menos é o que se espera. E para eles deve ser uma grande vitória ter condições de oferecer uma vida digna à sua família.

Para um professor, ver o resultado de seu trabalho diário no desempenho de seus alunos deve representar uma vitória. Para um estudante de ensino médio com dificuldades de aprendizado, ter notas suficientes e passar de ano também é uma grande conquista.

Talvez, para muitos, o que consegui em 2011 não foi nada. Para outros, foram coisas grandiosas. Não importa. Sinto-me realizada. Mas só por este ano, porque para 2012 já são novos objetivos...

Devemos eleger nossas prioridades – como, por exemplo, viajar pelo mundo, estudar, trabalhar, ou um pouco de cada um – e seguir nosso caminho, sem achar que, porque você conseguiu uma vitória em determinado aspecto é melhor do que o outro. Cada pessoa tem uma história de vida e, talvez, a sua própria missão nesse mundo.

O que eu quero dizer, no final das contas, é que não importa o tamanho do seu sonho, mas o valor que você dá a ele e o seu empenho para realizá-lo. Cada vitória em nossa vida, mesmo que pequena, é algo importante e nos impulsiona a continuar sonhando. E não adianta pensar que se vai conseguir alguma coisa sem o mínimo de esforço e otimismo que seja: devemos fazer nossa parte, voltando-nos para os nossos sonhos, ou então nos conformarmos em ter uma vida de frustrações.

Que em 2012 tenhamos muitos sonhos – de todos os tamanhos – e a determinação necessária para realizá-los!

Recomendo a leitura do texto
"A Nossa Vitória de cada Dia", de Clarice Lispector, aqui.

Vejo você no ano que vem =D

13/12/2011

Notas diversas

Esta página não poderia faltar na versão final da minha monografia
*Feliz por concluir esta etapa*

  • Para quem faz Análise de Discurso: Conferência Internacional em Julho de 2012, em Braga – Portugal. O idioma oficial do evento é o Inglês. Resumos podem ser enviados até próximo dia 18. Veja as informações aqui.
  • Para quem é jornalista: Colóquio "Governing" journalists - Le "gouvernement" dês journalistes, acontece em outubro 2012, em Rennes (França). Resumos e apresentações podem ser em inglês, francês, espanhol ou português. Os resumos (de 3000 a 5000 caracteres) podem ser submetidos até 15 de fevereiro de 2012. Mais informações.
  • Para quem quer começar a aprender alemão: Curso "German in 12 Steps". É gratuito e muito bom! Acesse neste link!
  • Para quem quer exercitar o aprendizado do idioma alemão: Conheci hoje um novo blog e adorei a sugestão. Para quem está aprendendo alemão, #Fica a dica.
  • Para quem quer aprender algum idioma: o site da BBC oferece diversos cursos gratuitos para aprendizado de vários idiomas. Vale a pena conferir!
  • Estou cheia de ideias para por em prática no blog em 2012... Aguardem! ;D

20/11/2011

3 razões para você viajar enquanto é jovem

Viaje e descubra novos caminhos e possibilidades...
O mundo está repleto disso!
(a foto é de um jardim próximo ao centro histórico
de Santiago de Compostela, na Espanha, e foi
tirada por mim
- Fernanda - em junho de 2010)

Esta semana uma amiga me indicou, pelo Facebook, a leitura de um texto veiculado no blog do escritor norte-americano Jeff Goins. O link para o mesmo já tinha sido compartilhado pelos murais de diversos outros usuários da rede social e continua sendo...

Identifiquei-me com o que ele falava e resolvi perguntar ao autor se eu poderia traduzir/adaptar o post para o português e publicá-lo em meu blog. Agora, após a resposta afirmativa dele, compartilho com você o resultado.

~ 3 razões para viajar enquanto você é jovem ~

Outra noite, eu tive uma conversa com uma jovem mulher que tinha algumas decisões à sua frente , uma das quais era se ela deveria fazer pós-graduação ou viajar pelo mundo.

Eu disse para viajar. Mãos à obra. Sem desculpas. Apenas vá.

Ela suspirou.

“Sim, mas…”

Nunca palavras tão fatais foram foram ditas.

Sim, mas… e quanto à dívida?

Sim, mas… e quanto ao meu trabalho?

Sim, mas… e quanto ao meu namorado (ou cachorro ou carro ou qualquer que seja)?

“Sim, mas…” é nocivo. Porque isso soa como se tivéssemos a melhor das intenções, quando na verdade estamos apenas com muito medo de fazer o que deveríamos.

Isso nos permite sermos covardes, enquanto parecemos nobres.

A maioria das pessoas que conheço que esperaram para viajar o mundo, nunca o fez. Por outro lado, grande parte das pessoas que esperou para pós-graduação ou um emprego estável e optou por viajar, conseguiu fazer todas essas coisas – eventualmente.

Tenha cuidado com o “sim-mas”. O “sim-mas” matará seus sonhos.

Fiquei tão tocado por essa conversa, que compartilhei com um grupo de cerca de trinta jovens adultos na noite passada, muitos dos quais estavam perguntando estas muitas questões.

A vida que você sempre quis

Quando você envelhece, a vida parece apenas uma espécie de conjunto de acontecimentos para você. Sua juventude é um momento de fortalecimento total.

Faça o que você quer. À medida que você amadurece e ganha novas responsabilidades, você tem que ser bastante consciente e fazer as coisas sem perder de vista o que é importante.

Então, se você ainda tem uma quantidade razoável de controle sobre as suas circunstâncias, você deve fazer o que realmente importa. Porque a vida nem sempre estará apenas sob seu domínio.

Durante a idade adulta, a sua visão de mundo ainda está sendo formada. É importante administrar este tempo - para dar-se a si mesmo oportunidades de crescer. Uma boa maneira de fazer isso é viajar.

Então, jovem, viaje.

Viaje amplamente e para longe.

Viaje com ousadia.

Viaje com total abandono.

Você se arrependerá de poucos riscos que você correu, quando se trata disto. Eu prometo a você.

Há três razões para viajar enquanto você é jovem:

(Coliseu, em Roma, Itália, em foto feita
por mim
- Fernanda - em julho de 2010)

1. Viajar ensina você a viver uma aventura

Quando você olhar para trás em sua vida, você terá momentos de que se orgulha e talvez alguns dos quais se arrependa. É provável que os seguintes não estejam na última lista:

  • Andar de bicicleta pela Golden Gate Bridge.
  • Aparecer na TV italiana.
  • Subir uma ruína maia.
  • Aprender espanhol em três meses.
  • Viajar pela Europa de trem.

Eles não estão na minha (fato divertido: eu - Jeff Goins - fiz tudo acima).

O que, então, estará nesta lista?
  • Conter-se.
  • Ter medo.
  • Inventar desculpas.
  • Não correr mais riscos.
  • Esperar.
Enquanto você é jovem, você deve viajar.

Você deve tomar o momento para ver o mundo e saborear a plenitude da vida. É o que vale a pena investir ou o dinheiro ou o sacrifício de tempo necessário de sua parte.

Não se trata de ser um turista. Trata-se de experimentar verdadeiro risco e aventura, então você não tem que viver com medo pelo resto de sua vida.

2. Viajar ajuda você a encontrar compaixão

Em sua juventude, você terá de fazer escolhas que irão definir você. As disciplinas que você começar agora estarão com você para o resto de sua vida.

Viajar mudará o que você pode fazer. Isso vai colocá-lo em lugares que irão forçá-lo a cuidar de questões que são maiores que você.

Se você vai para o sudeste da Ásia, você pode encontrar o tráfico de escravos. Se Europa Oriental, você pode ver os efeitos de genocídio e perseguição religiosa. Se Haiti, você vai testemunhar o lado feio do paternalismo do Ocidente.

Seu coração vai se partir.

Você começará a entender que o mundo é ao mesmo tempo um lugar grande e pequeno. Você terá um “novo-encontro” com o respeito para a dor e o sofrimento, que mais da metade do mundo tem como certo, diariamente. E você vai se sentir mais ligado a seus companheiros seres humanos de uma forma profunda e duradoura.

Você vai aprender a cuidar.

3. Viajar permite-lhe obter alguma cultura

Enquanto você ainda é jovem, você deve obter cultura. Conhecer o mundo e as pessoas maravilhosas que o preenchem.

Não há nada como caminhar ao lado do Coliseu ou ver o David de Michelangelo em pessoa. Posso descrever a cidade de San Juan e suas praias incríveis e locais históricos a você, mas você realmente tem que ver por si mesmo essa experiência. Você pode ler todos os livros do mundo sobre a Grande Muralha da China ou o Louvre, mas estar lá é uma história diferente.

O mundo é um lugar deslumbrante, cheio de obras de arte. Veja-o.

Eu posso dizer que vi a Monalisa em "carne e osso" =D
(Museu do Louvre, em foto que eu - Fernanda - fiz em julho de 2010)

Faça isso enquanto você ainda é jovem. Não desperdice este tempo. Você nunca vai tê-lo novamente.

Você tem uma oportunidade crucial para investir na próxima temporada de sua vida agora. Tudo o que você semear, você acabará por colher.

Por favor. Para o seu bem, faça isso.

Você não vai ser sempre jovem. E a vida nem sempre estará apenas sob seu domínio. Portanto, viaje. Experimente o mundo por tudo o que vale a pena. Torne-se uma pessoa de cultura, aventura e compaixão.

"E se eu não sou jovem?"

Viaje, de qualquer forma. Pode não ser fácil de fazer, mas encontre uma maneira de sair de sua zona de conforto. Nunca é realmente tarde demais.

Mas se você ainda não começou a ser sugado pela rotina da vida, eu te imploro: viaje. Nunca vai ser mais fácil do que agora para você fazer o que realmente importa.

Se você é jovem, você já viajou? Você viu o que o mundo tem para oferecer e como ele pode mudá-lo? O que está lhe prendendo?

16/10/2011

Encerrar e iniciar ciclos

Não acredito nessa coisa tão determinista que chamam de destino, mas, ao mesmo tempo em que penso que somos nós os responsáveis pelo que nos acontece durante esta jornada - a vida -, às vezes acredito também que existem coisas que não nos ocorrem por acaso. Cada vez mais me convenço disso, principalmente quando paro para pensar nas pessoas que conheci nos últimos meses, nos lugares por onde andei e em alguns acontecimentos – os quais eu não vou detalhar aqui e que poderão, talvez, ser retratados num futuro post...

A vida é feita de ciclos. Alguns nos trazem mais felicidade, outros menos. Cabe a nós sabermos aproveitar cada fase – as boas e as ruins, não querendo ser maniqueísta... –, pois sempre há o que se aprender. Não estou falando nada que alguém já não tenha dito antes, mas é que hoje deu vontade de registrar aqui – e retomar este espaço, depois de tanto tempo abandonado – esse momento de mudança pelo qual eu passo. É mais um ciclo que se encerra. São experiências que vão ficar guardadas em mim.

E aqui estou, aberta aos novos desafios e aprendizados que vêm por aí...

2012, chega logo! Eu mal posso esperar! :-)

O vídeo foi retirado daqui.

15/10/2011

Objetividade dos alemães

Há alguns meses recebi um e-mail com as imagens abaixo e hoje, quando estava estudando, lembrei-me delas. Segundo o e-mail, são imagens de um livro utilizado em escolas alemãs para crianças, a fim de ensinar como se faz um bebê. De fato, não há muito eufemismo aí...







02/04/2011

Sobre cabeça e outras partes do corpo


Até agora eu me abstive de comentar acerca do ato falho cometido por um ator chamado Marauê Carneiro, que recentemente esteve em Teresina, como integrante do elenco de uma peça que estava em cartaz na capital. Acho que o assunto já rendeu o que tinha de render e, sobretudo, o que não tinha. As linhas a seguir são despretensiosas, com o objetivo único de refletir, a partir do meu ponto de vista, sobre o fato.

Eu, nascida em Teresina, no Piauí, não me senti nem um pouco atingida pelo que ele falou. Sei das qualidades e dos defeitos do estado e não entendo até hoje a repercussão que isso teve. Claro, ninguém gosta de ver “alguém de fora” falar mal do lugar onde você vive. Só que o assunto tomou tamanha dimensão que a palavra “Marauê” ficou entre as dez mais citadas no Brasil, através do Twitter, no dia 26, superando “Ficha Limpa”, assunto nacional que estava em pauta na ocasião.

Por que tanta indignação causada pela fala deste rapaz entre os piauienses? Se fosse o Lula, o Papa, o Obama, ou qualquer outra pessoa que, de fato, tivesse alguma relevância entre a opinião pública, eu poderia até entender se o mesmo tivesse acontecido. Mas não foi isso que ocorreu.

A reação despertada entre várias pessoas serviu para que alguns políticos aproveitassem o momento e em nome da defesa da imagem do Piauí – o que me faz lembrar muito do que o Charaudeau fala no livro Discurso Político acerca de alguns tipos de ethos manifestados por meio do discurso – mandassem suspender a autorização para que a peça fosse apresentada no teatro da Assembleia Legislativa, um local “do povo”. Que absurdo. Neste ponto eu concordo com Reinaldo Azevedo, articulista da revista Veja, que participou de uma discussão ridícula e desnecessária com o deputado piauiense Fábio Novo.

Nós, piauienses, temos de aprender a nos valorizar mais e não considerar coisas tão insignificantes. Usar a CABEÇA nessas horas – e a toda hora. Ver o quanto que ainda temos de melhorar e concentrar nossa indignação para cobrar aspectos realmente importantes: uma educação pública melhor, um sistema público de saúde eficiente, segurança, emprego. Pensar e agir sobre o que pode interferir, de fato, em nossas vidas.