15/03/2008

Lixo na rua é questão cultural - Charge


A imagem é uma charge referente à séria publicada aqui "Lixo na rua é questão cultural". A série é na verdade uma matéria jornalística publicada no Jornal Laboratório Calandragem, da Universidade Federal do Piauí. A matéria foi escrita por mim (Fernanda Dino) e por Renata Silva (Santos). A charge (agradeço ao criador) é de Rafael Marinho.

Para quem não leu a série, aqui vão os links:

Lixo na rua é questão cultural - Parte I
Lixo na rua é questão cultural - Parte II
Lixo na rua é questão cultural - Parte III
Lixo na rua é questão cultural - Parte IV

08/03/2008

Lixo na rua é questão cultural - Parte VI

(Última parte)

Consciência ambiental

O professor Paulo Borges, engenheiro florestal com mestrado em Ecologia e especialização em Gestão Ambiental, ressalta a necessidade de se promover uma “revolução cultural”. Para o especialista, a educação ambiental ensinada nas escolas é feita de forma errônea, incentivando a prática da reciclagem, quando, na verdade, deve-se primar pela não produção de lixo. “Não adianta nada enfeitar a Avenida Frei Serafim com garrafas pet. Passou o natal, aquilo dali já vira lixo. Nós temos mesmo é que promover uma revolução cultural muito grande. Não é possível que a gente consuma mais nenhum produto que venha em garrafa pet, porque não tem o que fazer com ela. Pode-se fazer um brinquedinho ou outro, mas, mais cedo ou mais tarde, aquilo vai virar lixo de novo”, expõe.

Ele ainda cita outro exemplo: “se você observar quase todo mundo tem um celular. Você compra um celular, que é pequeno: ele vem dentro de uma embalagem, que vem dentro de outra, dentro de outra etc. Tudo aquilo que se está levando para casa, fora o celular, é lixo”.

Outra saída apontada pelo professor é o reaproveitamento do lixo, algo diferente da reciclagem. “Reaproveitar é quando você utiliza o objeto da forma como ele é, sem precisar transformá-lo. Um exemplo é uma caixa de óculos: posso utilizá-la como um porta canetas”.

Para o professor, o problema do acúmulo de lixo no centro da cidade só poderá ser solucionado através de uma melhor organização do espaço. “O problema do lixo no centro de Teresina só vai ser resolvido quando houver a retirada dos ambulantes daquela região e a revitalização daquele ambiente, através de política adequada, pois da forma como está não tem como resolver. Acredito que com a construção do shopping dos camelôs vai dar para ordenar aquele ambiente”, analisa.

Lixo na rua é questão cultural - Parte I

Lixo na rua é questão cultural - Parte II

Lixo na rua é questão cultural - Parte III

02/03/2008

Por CPI's úteis ao país!

Na última quinta-feira (28), representantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário, estiveram em Teresina, Piauí, para conhecer a Casa de Custódia. A CPI é destinada a investigar a realidade do Sistema Carcerário brasileiro, com destaque para a superlotação dos presídios, custos sociais e econômicos desses estabelecimentos, a permanência de encarcerados que já cumpriram pena, a violência dentro das instituições do sistema carcerário, a corrupção, o crime organizado e suas ramificações nos presídios e buscar soluções para o efetivo cumprimento da Lei de Execuções Penais.

"Durante a visita ao pavilhão B do presídio, os detentos fizeram queixas ao sistema penitenciário. Vários deles expuseram as condições às quais estavam submetidos. Não faltaram reclamações quanto à comida do presídio e com relação à situação jurídica de alguns. Um presidiário chegou a afirmar que já teria encontrado barata em uma refeição e que a carne geralmente é mal cozida e vem com ‘salmora’.

Muitos afirmaram que estão há muito tempo na Casa de Custódia, e ainda não foram julgados ou sentenciados. Daniel Targino, natural do Ceará, aproveitou o ensejo e pediu que fosse resolvida a sua situação de transferência já que ele desejava cumprir pena no estado de origem.

Enquanto isso outros detentos aproveitavam a presença da imprensa no local e exibiam cartazes com frases de pedido de justiça, outros convertidos a fé, pediam justiça a lei divina".**

**Fonte: Aline Medeiros e Magnus Regis (TV Canal 13)


BEM FEITO PRA ESSES PRESOS!!!

QUEM COMETE CRIME, MERECE MAIS É ESTAR NA CADEIA!

O único ponto que defendo nesta CPI é o que investiga casos de corrupção, que deve existir com freqüência entre presos e policiais dentro dos presídios. Outra coisa que espero é que essa CPI ajude na questão do reforço da segurança, para que os presos não fujam!

Agora, defender esses criminosos é demais, não é? Quem comete um crime, sabe o que espera. Sabe que quando chega na cadeia está sujeito a muita coisa... Na hora que esses bandidos vão matar um pai de família, assaltar um trabalhador, humilhar alguém, eles não são nada bonzinhos... Pra quê ficar com pena deles então?

Prefiro que os nossos queridos deputados se dediquem mais às causas de quem passa fome, de quem não tem onde morar, de quem passa sede, de quem é escravizado. Quanta gente sofre e nós nem nos damos conta... Pessoas honestas, humildes... essas merecem atenção.

É por isso que defendo integralmente a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Subnutrição de Crianças Indígenas. Essa sim merece ser destaque. Outras deveriam surgir a partir do exemplo.

Cenas como essa é que me comovem

Não costumo ser tão radical, mas é porque me revolto com a crescente violência e impunidade atual. Esses criminosos aprontam de tudo, passam um tempo na cadeiam, mas depois são soltos. Isso é muito triste.

01/03/2008

Lixo na rua é questão cultural - Parte III

Iniciativas

Quando perguntado sobre a realização de campanhas de conscientização para o correto armazenamento do lixo, José João Braga Junior , superintendente da SDU Centro/Norte, fala que o trabalho de desenvolver campanhas educativas é contínuo, mas lembra que se trata de uma mudança de cultura, algo que não é fácil modificar nas pessoas.


Segundo o superintendente da SDU Centro/Norte, o trabalho de desenvolver campanhas educativas é contínuo, mas lembra que se trata de uma mudança de cultura, algo que não é fácil modificar nas pessoas.


Uma das saídas para o lixo proveniente do centro da cidade seria a reciclagem e o reaproveitamento do mesmo. No entanto, segundo José João Braga, uma das campanhas promovidas pela Prefeitura de Teresina, a de coleta seletiva em janeiro 2006, não obteve resultados satisfatórios. “Foi feito mídia na televisão, panfletagem para as pessoas colocarem o lixo orgânico separado do lixo reciclado e foi dito a data que o caminhão de coleta seletiva passava. Em dezembro de 2006 a Prefeitura extinguiu o programa, porque não houve uma conscientização em massa. O custo que a prefeitura tinha com esse projeto era muito maior que o valor arrecadado com o lixo reciclado. A quantidade era tão mínima que não valia a pena continuar fazendo esse serviço”, lamenta.

O superintendente fala que não há em Teresina projetos da Prefeitura para reaproveitamento do lixo coletado, mas existem iniciativas à parte, como a da Associação de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis e Resíduos, Ascamares. “Existe essa associação, que faz coleta de lixo reciclável. A parte de papelão eles mesmo já retiram. No centro, existe uma grande quantidade de papelão. A associação mesma recolhe, ela cuida da parte de venda e reciclagem”, observa. José João diz que está sendo estudada a possibilidade de estimular a associação. “Eles têm mais interesse que isso funcione, pois é para sobrevivência deles. Estamos estudando uma forma de financiar os catadores para que eles adquiram o próprio caminhão e comecem a trabalhar isso devagar, bairro por bairro”, ressalta.