20/09/2008

Programa Ação mostra o trabalho da Escola da Fundação Museu do Homem Americano

Os moradores participam de um projeto de educação ambiental, patrimonial e social. As crianças e os jovens de São Raimundo Nonato aprendem arte com os vestígios deixados pelo homem pré-histórico.
Cada centímetro da Serra da Capivara guarda marcas da pré-história. O homem habitava essa região há 50 mil anos. Sua arte se manifesta e conta as histórias mais antigas da humanidade.

Milênios depois, a arte permanece na essência humana. A pintura se desenvolve. A imagem se materializa de todas as formas. O som se faz com o sopro, com as mãos, com a voz. A criatividade ginga com os movimentos do corpo.


Em São Raimundo Nonato, no sudeste do Piauí, crianças e jovens que vivem ao lado de um dos mais importantes acervos de arte pré-histórica do mundo também fazem arte para encontrar espaço entre as desigualdades da civilização moderna. Oportunidade oferecida pelo Pro-Arte, uma escola de arte e educação da Fundação Museu do Homem Americano.

“O Pro-Arte Fundam nasceu de uma urgência. Anteriormente, nós tínhamos as escolas básicas que eram as escolas básicas e a educação patrimonial financiada pelo governo italiano. Com o passar do tempo, nós perdemos esse financiamento e não tínhamos mais condições de manter essas escolas básicas e foi aí que surgiu o Pro-Arte, dessa urgência de não parar um trabalho educacional”, diz Marian Helen Rodrigues, coordenadora do Pró-Arte.

“Eu aprendi muito sobre a Serra da Capivara, que eu não conhecia, aprendi sobre as pinturas rupestres e também como a gente pode ajudar, como preservar o meio ambiente, a gente conhecer melhor o nosso patrimônio”, diz Manoela, 9 anos.

“Aqui no Pró-Arte o desenvolvimento é o quê, fazer com que os nosso próprios moradores, aqui da região, comecem desde criança a preservar nosso maior patrimônio cultural da humanidade que é a Serra da Capivara”, diz Marlene Costa, monitora.

Educação patrimonial se faz com argila. A música, os alunos aprendem na prática e na teoria.

“Está me formando porque se eu não viesse para aqui eu ia ficar na rua aí, e agora eu estou aprendendo várias coisas e eu posso levar isso para o meu futuro”, diz Mathias, 13 anos.

“Estar numa cidade do interior do Piauí, longe de tudo, como vocês viram, conseguir ter tantas coisas acontecendo é o resultado da nossa luta, da nossa vontade”, diz Alex Nunes Rodrigues, coordenador do curso de música.

“A arte é uma coisa... não tem nem nome pra ela. Não tem nem como conceituar a arte... mudou foi muito, eu não sei, mas estou aqui para saber”, diz Manoel, 12 anos.

Manoel ainda está pensando sobre o futuro. A banda faz composições próprias. Com instrumentos de improviso.

“A gente estava usando latas, pedaço de cabo de vassoura, mangueira, tudo. Tudo o que produz um som legal, que a gente acha parecido som da natureza a gente utiliza”, diz Ailton dos Santos, monitor de música.



“Eu aprendi uma coisa interessante, que eu tive que desenvolver a minha matemática para poder ler as partituras da música, então eu tive que me esforçar mais no colégio para conseguir tocar piano, os instrumentos aqui, diz ROSELI, 12 anos.

A educação depende do reforço escolar.

“Elas entram aqui para estudar música, mas elas não conseguem aprender teoria musical porque elas não sabem ler, elas não sabem calcular, então foi outra urgência que surgiu, vamos tentar desenvolver atividades básicas, leitura, escrita, cálculo, matemática, com essas crianças”, diz Marian.

Eles aprendem palavras novas e ganham passaporte para conhecer o mundo.

“A gente viaja, conhece novos lugares, lugares que talvez a gente nunca tenha a chance de conhecer pessoalmente, mas através de um livro a gente pode conhecer a sua geografia, suas características, pode conhecer a sua cultura, muitas coisas”, diz Ana Carolina, 11 anos

Fonte: Globo.com

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