Oitenta e Nove: ano da proclamação da República (1889) – comemorado hoje, 15 de novembro – e nome de um jornal fundado pelo jornalista piauiense David Moreira Caldas. Nascido em 1836, na Fazenda Morrinho, próximo a Barras, filho de Manuel Joaquim da Costa Caldas e Manuela Francisca de Caldas, David Caldas acabou ficando conhecido como o “Profeta da República” por causa da “adivinhação”.
A professora Ana Regina Rêgo, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), lembra, em seu artigo “Atuação jornalística de David Moreira Caldas: a Imprensa Piauiense e os Ideais Republicanos”, a personalidade atípica do jornalista piauiense para o seu tempo, já que ele não consegue se amoldar aos ditames da sociedade monárquica.
Para a professora, falar do movimento republicano no Piauí significa falar de David Moreira Caldas, que se confunde, intrinsecamente, com o movimento. “Não existem limites entre a sua pessoa e a propagação das idéias na Província”, diz Ana em seu trabalho.
David Caldas estréia no jornalismo com 21 anos, em “O Arrebol”. Em 1863, associa-se a Deolindo Moura e, como colaborador, começa no periódico liberal Liga e Progresso, passando, em seguida, para A Imprensa. Depois, já com idéias republicanas, edita o jornal O Amigo do Povo – que em fevereiro de 1873 teria seu nom alterado para Oitenta e Nove.
“Ao longo de sua trajetória, muitos componentes pessoais e políticos juntam-se ao seu caráter e conhecimento. Ser o propagador das idéias republicanas no Piauí é o seu maior título, sobretudo, por ser praticamente o único, salvo a curta atuação de Nogueira Paranaguá já no desembocar da República. Mas, destaca-se ainda, como professor, escritor, político, poeta, linotipista e geógrafo”, conta Ana Regina em seu artigo.
De acordo com a pesquisa de Ana Regina Rêgo, para muitos autores que citam a obra de David Caldas, o seu maior feito consiste na mudança de nome do jornal O Amigo do Povo para Oitenta e Nove. “O que mais impressiona é o conteúdo do editorial de lançamento da nova folha, carregado de um tom, para alguns, profético, mas no qual, por meio de figuras metafóricas, o autor reporta-se a grandes acontecimentos do passado ocorridos, sempre, no ano 89”, destaca a professora.
Segundo o escritor Kenard Kruel, por causa de seus ideais republicanos, David Caldas sofreu múltiplas perseguições pelas estruturas de controle ideológico da Igreja e do Estado. “Quando faleceu, a 3 de janeiro de 1879, não teve o direito de ser enterrado no Cemitério José, que pertencia à igreja e esta o tinha como ateu. Só depois que o ‘campo santo’ passou à municipalidade, foi que os familiares e amigos e amigas transportaram os seus restos mortais para que ali repousasse em paz”, afirma Kruel em seu blog.
Fernanda Dino / Acesse Piauí
A professora Ana Regina Rêgo, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), lembra, em seu artigo “Atuação jornalística de David Moreira Caldas: a Imprensa Piauiense e os Ideais Republicanos”, a personalidade atípica do jornalista piauiense para o seu tempo, já que ele não consegue se amoldar aos ditames da sociedade monárquica.
Para a professora, falar do movimento republicano no Piauí significa falar de David Moreira Caldas, que se confunde, intrinsecamente, com o movimento. “Não existem limites entre a sua pessoa e a propagação das idéias na Província”, diz Ana em seu trabalho.
David Caldas estréia no jornalismo com 21 anos, em “O Arrebol”. Em 1863, associa-se a Deolindo Moura e, como colaborador, começa no periódico liberal Liga e Progresso, passando, em seguida, para A Imprensa. Depois, já com idéias republicanas, edita o jornal O Amigo do Povo – que em fevereiro de 1873 teria seu nom alterado para Oitenta e Nove.
“Ao longo de sua trajetória, muitos componentes pessoais e políticos juntam-se ao seu caráter e conhecimento. Ser o propagador das idéias republicanas no Piauí é o seu maior título, sobretudo, por ser praticamente o único, salvo a curta atuação de Nogueira Paranaguá já no desembocar da República. Mas, destaca-se ainda, como professor, escritor, político, poeta, linotipista e geógrafo”, conta Ana Regina em seu artigo.
De acordo com a pesquisa de Ana Regina Rêgo, para muitos autores que citam a obra de David Caldas, o seu maior feito consiste na mudança de nome do jornal O Amigo do Povo para Oitenta e Nove. “O que mais impressiona é o conteúdo do editorial de lançamento da nova folha, carregado de um tom, para alguns, profético, mas no qual, por meio de figuras metafóricas, o autor reporta-se a grandes acontecimentos do passado ocorridos, sempre, no ano 89”, destaca a professora.
Segundo o escritor Kenard Kruel, por causa de seus ideais republicanos, David Caldas sofreu múltiplas perseguições pelas estruturas de controle ideológico da Igreja e do Estado. “Quando faleceu, a 3 de janeiro de 1879, não teve o direito de ser enterrado no Cemitério José, que pertencia à igreja e esta o tinha como ateu. Só depois que o ‘campo santo’ passou à municipalidade, foi que os familiares e amigos e amigas transportaram os seus restos mortais para que ali repousasse em paz”, afirma Kruel em seu blog.
Fernanda Dino / Acesse Piauí
Um comentário:
Mais ele botou o nome do jornal 86 pelo fato de ter um jornal também na epoca da revolução francesa(1789)chamado de 89
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