06/12/2008

Joel Silva: 40 anos de história no radiojornalismo - Parte I

Essa será a primeira de uma série de postagens nas quais publicarei uma entrevista feita com o radialista Joel Gomes da Silva, o Joel Silva, que há 40 anos trabalha na Rádio Pioneira de Teresina. Para quem tem curiosidade de como as coisas dessa profissão eram antigamente se comparadas aos dias atuais, é uma boa leitura. Para quem quer também saber mais sobre o próprio Joel Silva, vale a pena ler o que ele contou para mim (Fernanda Dino) e minha amiga Renata Santos durante a entrevista.

Joel Gomes da Silva: 40 anos de história no radiojornalismo
Parte I


Nada menos que quatro décadas de história sobre o dia-a-dia do fazer jornalístico através do rádio no Piauí. É o que tem para contar Joel Gomes da Silva, o Joel Silva, que atualmente apresenta o programa Painel da Cidade, de segunda a sábado, na Rádio Pioneira de Teresina.


Nascido na região da cidade maranhense de Caixas, em 24 de março de 1946, registrado apenas com 9 anos de idade, Joel diz ter uma “vocação” para o radiojornalismo. “A questão da vocação a gente desconhece bem a origem, de onde vem”, diz ele, que no ano de 1962 teve seu primeiro contato, de forma amadora, com o rádio. Na época, ele morava em São Luís, capital do Maranhão, trabalhava na construção civil e também em uma rádio hoje extinta na cidade.

Chegou a Teresina, em pleno início da ditadura a fim de prestar contas com o serviço militar, embora não tenha chegado a servir. A primeira rádio com a qual teve contato na capital do Piauí foi a Difusora, onde foi procurar emprego, mas não foi contratado. “Me foi sugerido ir para a rádio de Floriano, precisavam de um locutor lá, mas eu disse que não, que tinha o compromisso com a questão militar, foi um pretexto que eu arranjei”, afirma. Foi na rádio Pioneira, quando ainda localizava-se na rua Barroso, no centro, que teve seu primeiro contato como estagiário. Isto é o ano de 63 ou 64.

Estagiou durante um ano ao lado de nomes como Chico Medeiros, Orlando, Ariosvaldo Alencar, até quando um novo diretor foi nomeado e suspendeu todo e qualquer tipo de estágio. “Nós ficamos naquela desilusão, naquela depressão”, lembra. Mas um amigo, esposo de uma senhora chamada Socorro Rego, operadora de áudio na Rádio Pioneira, que também era operador de áudio, mas na rádio Clube, lhe fez um convite para o lugar onde trabalhava.

“E fomos para lá e como estagiário na rádio Clube fui admitido também, fiquei substituindo alguns locutores. Nonato Pontes, Alexandre Carvalho.. Mas, embora o diretor G. R. Santos, diretor artístico, diretor de programação, tivesse uma afinidade com meu trabalho, dentro da emissora tinha umas pessoas que tinham influência e não me apoiavam. Então eu devo também ao Geraldo Rodrigues Santos, ele deixou em mim esse legado da garra, da insistência, da força para me manter na programação”, conta.

Depois de passar um ano e meio como estagiário, acabou tendo sua minha carteira profissional assinada e, em 1965, tornou-se profissional de rádio. Lá ficou por 4 anos, retornando à Rádio Pioneira em 1969.

Casado com a também radialista Ana Maria, pai de três filhos, Joel Silva poderia ser conhecido hoje por outro nome, mas não quis. “Na época costumavam chamar por pseudônimo, o Joel seria Paulo de Sousa, como Paulo Diniz, que é cantor e foi locutor aqui na rádio Pioneira, é Paulo Oliveira. Os artistas sempre tiveram outros nomes naquela década de 60, por orientação de seus diretores, não se conhece bem as razões disto, de, ao invés do nome, usar um pseudônimo”, explica.

À nossa reportagem, Joel Silva faz algumas reflexões a respeito do fazer jornalístico, através do rádio, lembra momentos importantes e diz que, enquanto a partir da década de 60 viveu-se a ditadura militar, hoje, a comunicação vive sob uma ditadura econômica.

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