09/01/2009

Joel Gomes da Silva: 40 anos de história no radiojornalismo - Parte III

Confira a terceira e última parte da entrevista:

Que nomes importantes o senhor destacaria na história do radiojornalismo do Piauí?

Pedro Mendes Ribeiro, Dídimo de Castro, Deoclécio Dantas, Fernando Mendes, Odílio Teixeira, o pessoal dessa geração. Nós tivemos no passado Rodrigues Filho, Aulebre, José Lopes dos Santos, Valter Alencar, Henry Nelson Brasil de Carvalho, nomes assim, do rádio. Murilo Campelo, eu não trabalhei com Murilo, mas ele foi um marco importante na comunicação audaciosa que se fez mesmo no período da ditadura.

Que vantagens o rádio apresenta, mesmo diante de outros meios, como a Internet?

Embora o notebook e outros já permitam você andar com ele debaixo do braço, no bolso, mas lhe exige a necessidade do olhar, do contato visual. E ao exigir o contato visual isso se faz com exclusividade. O rádio não. Você pode, de olhos fechados, dirigindo, fazendo outra atividade, acompanhar o que está acontecendo, falando com você. A acessibilidade do rádio faz com que os outros meios não o alcancem. Quando a Internet, quando os portais estão colocando nesse sistema a comunicação, mais é preciso que o indivíduo tenha um esforço para decodificar. O próprio rádio pode fazer por você. Você de braços cruzados , deixa ali à distância.

Essa facilidade, esses detalhes, esse fenômeno faz com que o rádio se torne imbatível. Se o rádio tivesse que perder espaço, já teria perdido com o surgimento do sistema FM e da televisão. Mas não. Vai se fortalecendo. Porque quando a televisão diz que vai acontecer, vai mostrar as imagens, o rádio tem ainda o fenômeno de permitir que o ouvinte faça, diante daquele evento, as imagens que lhe são agradáveis. As vezes o cinegrafista e o diretor de TV vai mostrar uma imagem que nem sempre é compatível com a expectativa do telespectador. O ouvinte de rádio faz a sua imagem.

Sobre as músicas que hoje dominam as programações nas rádios. O que o senhor acha delas?

Elas estão submetidas as poder econômico e há uma obtusidade na produção, não há cuidado, não há zelo na produção. Não há esforço para que a melodia, a harmonia, o ritmo e o movimento sejam ampliados conforme a música permite. Embora apenas nas suas 7 notas musicais, mas na amplitude de acordes, as melodias são muito limitadas e há uma exploração do duplo sentido levando para a promiscuidade de frases que degradam o sentimento das pessoas, na pureza da alma de cada qual.

Que conselho o senhor daria para quem está começando nessa área?

Ouvir as pessoas. Embora o rádio e a televisão, e os meios sejam para dar a notícia, mas antes de dar a notícia tem um fator que antecede a produção, que é a fonte. Ouvindo as pessoas. A maioria de nós, por comodidade e por falta de recursos acaba, por dever de cumprir uma grade, dando qualquer informação. ‘Eu quero é terminar isto aqui!’. E não é louvável isto, não é plausível. Embora se demore um pouco, mas ela vem com segurança, aquilo que você diz, e ouvindo as pessoas, o sentimento passional do artista ou do produtor, do apresentador, se desfaz.

Quando esse sentimento passional do indivíduo enfraquece, claro que ganha o coletivo e aí é que o aspecto moral se estabelece. Ouvir as pessoas. Elas, por mais simples que pareçam, têm muito a oferecer, sobretudo para a comunicação. Porque os três elementos que são o sustentáculo da condição humana – levando para a Sociologia, para Rousseau – a esperança, o medo e a paixão. A paixão, a vontade, o querer... o medo por tudo isto... e a esperança de acontecer. Esses são os três elementos que fazem com que, embora seja da espécie humana, faz a diferença em cada indivíduo porque o elemento que me causa esperança não é o mesmo que causa para outro, cada um tem a sua razão.

Um comentário:

vivi disse...

ola, morro no estado do pará ha muito tempo venho em busca do meu pai biologico, so sei que ele morreu no sesastre aereo decada de 70 ele era locutor da radio difusora do maranhaõ, precisso saber alguma coisa me ajudem porfavor agradeço um abraço meu nome e VIRNA ANDREIA e o nome dele era MURILO CAMPELO muito obrigado